Um amigo achou uma notinha no Yahoo sobre as músicas, lá vai:
À primeira vista, Juliana R é mais um fruto da atual cena folk, que ganha seguidores com o sucesso de artistas como Vanguart e Mallu Magalhães. Mas, pelo simples fato de ter no seu myspace o grupo de ska The Specials como primeiro lugar no "top friends", torna-se necessário rever esse rótulo. Mais além, consegue provar sua distinção e revelar-se como uma grande aposta no EP digital que o SP Sônica distribui em seu site gratuitamente.
Do ritmo blocado, de sua métrica e maneira de cantar, as músicas de Juliana são quase arquiteturas, feitas como construções espaciais. Com isso, Since I've Met You - ela também canta em inglês e português - consegue até transformar uma escala de banjo em algo pertinente, e não mero adorno ou, como é comumente usado, para dar pose à composição.
John Cage
Essa espacialidade também é retomada em faixas como Longe e If You Could See Me Now. A influência de John Cage é latente, onde o tempo e o espaço se alargam, dando importância até ao silêncio. Era este ponto que deixava sua música anterior, Trying To Forget What Should Be Forgotten, tão interessante, como essa espécie de necessidade de dizer algo que chega a pedir segundos quietos. Porém, ao contrário do compositor, Juliana transformou isso em algo acessível.
É o cheio e o vazio, o som e o silêncio. "Todo passo que faço parece um erro", canta, em Since I´ve Met You. O eu lírico que vê fantasmas em Longe, e a falta de compreensão no labirinto de que fala em El Hueco são exemplos disso.
por Pedro Keppler
